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Qual a importância do que não é dito num relacionamento?

Numa relação romântica, a dois, podemos presumir muitas vezes que o que foi dito é definitivo e esclarecedor.

E as hesitações ou os silêncios?


A cultura nos apresenta a possibilidade de nutrir o desejo de buscarmos uma relação à dois equânime, um tanto imparcial. Mas partindo do pressuposto que a relação é constituída de dois indivíduos diversos, com histórias, experiências, culturas e expectativas distintas, a convivência saudável e a construção do relacionamento equilibrado não acontecerá livre de aborrecimentos, discordâncias e possíveis mágoas.


Divergência inerente aos relacionamentos, somadas as rixas e interações com asperezas constantes, mesmo que já tenham sido expostas, tão expostas, reduzem as forças para continuar falando, buscando pontos harmônicos.


Se numa conversa mais próxima, ambos sentem dificuldade de revelar seus sentimentos ou pensamentos, principalmente os que de fato importariam para mediar uma determinada


situação, há uma redução na possibilidade de mudança construtiva do relacionamento. Externar sentimentos e ser ouvido é um aprendizado.

E por parecer não haver outra possibilidade, de incluir nada que facilite a diluição dos conflitos ou que ambos compreendam as diferenças e como podem alcançar um relacionamento harmonioso, essas situações podem causar o afastamento do casal.


Outra situação possível é se os membros do casal já tentaram muitas vezes clarear as divergências, mas invariavelmente chegaram num conflito maior e ao temeram não conseguir administrar o desfecho da situação podem optar por se isolarem, mesmo que juntos, e assim se estabelece uma nova dinâmica, muitas vezes desconfortável, porém sem rompimentos.


Uma vez que o desgaste já está demasiadamente crônico a ponto de reduzir a tolerância para a conversa ou por acharem que assim acentuariam o conflito, ou que de fato mostrariam fragilidades, esse isolamento surge como um novo modo de se relacionarem.


Nessas circunstâncias, o mais assertivo seria buscar ajuda.


Ao longo da minha experiência profissional, vejo a terapia de casal como o espaço acolhedor e facilitador que proporciona a mudança desta dinâmica, possibilitando a criação de novos cenários para ambos, com a perspectiva de seguir adiante, recuperando a convivência afetuosa e os padrões positivos que se perderam ao longo da rotina.

 
 
 

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